
A cirurgia que corrige o posicionamento dos maxilares – também chamada de Cirurgia Ortognática – é realizada por um cirurgião-dentista com especialidade em Cirurgia Bucomaxilofacial. Essa cirurgia tem por objetivo corrigir diversos problemas de mordida e de face, principalmente quando há o desalinhamento e desarmonia entre os dentes e seus maxilares (maxila ou mandíbula). A cirurgia visa a melhora na mastigação, fala e respiração dos pacientes, sem contar com a estética facial que, normalmente, é substancialmente melhorada pelo procedimento cirúrgico.
As situações abaixo listadas podem indicar a necessidade de cirurgia Ortognática:
- Dificuldade em mastigar e triturar os alimentos
- Dificuldade em engolir
- Dor de cabeça e problemas na ATM
- Desgaste excessivo e desproporcional dos dentes
- Mordida aberta (espaço entre os dentes superiores e inferiores quando a boca está fechada)
- Aparência facial desequilibrada (assimetria facial)
- Tratamento de sequelas de traumas faciais
- Anormalidades congênitas (de nascença)
- Mandíbula e mento (queixo) desproporcionais – grande ou muito pequeno
- Incapacidade de fazer os lábios se encontrarem naturalmente
- Respiração bucal crônica
- Apnéia do sono (problemas respiratórios ao dormir, incluindo roncos)
Dúvidas Frequentes
Veja algumas dúvidas que podem te ajudar.
Inicialmente é necessária uma avaliação multidisciplinar, que poderá envolver especialidades odontológicas e médicas, realização de exames específicos com o objetivo de diagnosticar o seu caso em específico. Mas a avaliação inicial do Cirurgião e do Ortodontista e imprescindível para a adequada condução do caso. Em algumas situações é possível realizar a cirurgia antes de iniciar o tratamento ortodôntico, esta situação chama-se “Benefício Antecipado”, no entanto a maioria dos casos é tratado inicialmente com a ortodontia pré-cirúrgica, em que o cirurgião irá acompanhar o seu caso a cada 3 a 4 meses, em média, durante o tratamento ortodôntico e manter contato com seu ortodontista a fim de otimizar o procedimento e obter o melhor resultado possível.
Sim. No entanto, é de suma importância a comunicação entre o Cirurgião e o seu Ortodontista. A definição do tipo ideal de aparelho ortodôntico se dará de acordo com diagnóstico da deformidade dentofacial apresentada pelo paciente, tempo disponível e objetivo do tratamento.
Em média a ortodontia pré-operatória dura de 8 a 18 meses. Mas isso dependerá de cada caso, do grau de comprometimento do paciente em não faltar às manutenções ortodônticas, do bom contato entre cirurgião e ortodontista e de necessidades adicionais tais como remoção de dentes inclusos, tratamento com implantes, próteses dentárias e necessidade de terapias adicionais para o tratamento de Distúrbios da Articulação Têmporo-mandibular (ATM). Lembre-se que cada caso tem sua individualidade!
Depende. Em situações especificas onde houve perdas dentárias precoces, o dente do Siso poderá ser incluído no plano de tratamento, contudo na grande maioria dos pacientes há a necessidade de remoção desses dentes no mínimo 6 meses antes do procedimento cirúrgico. A presença deles durante a Cirurgia Ortognática pode influenciar negativamente na técnica cirúrgica e tornar o procedimento cirúrgico mais instável com uma maior probabilidade de intercorrências relacionadas tanto a osteotomia (corte ósseo) quanto com a fixação (posicionamento das placas e parafusos). Dessa forma sempre que possível extraia seus dentes do siso no inicio do tratamento ortodôntico preparatório para a cirurgia.
Sim. Elas são confeccionadas em titânio, que é um metal biocompatível e não sofre processo de rejeição. As placas só serão removidas em casos específicos como infecções; traumas em face que necessitem de correção cirúrgica no local das placas e/ou a necessidade de implantes dentários onde os parafusos possam impedir sua correta instalação. Uma pergunta frequentemente feita pelos pacientes é sobre a detecção de metais em aeroportos e portas de bancos: O titânio não é detectável nestas situações e você não será identificado nestes casos específicos.
O titânio poderá interferir em exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética. No entanto, na localização habitual das placas e parafusos – que é a face – as radiografias convencionais são bastante uteis para diagnóstico. Para o crânio, as placas e parafusos não interferem na realização destes exames de imagem.
Geralmente, não. O procedimento cirúrgico envolve a manipulação de estruturas nervosas sensitivas, principalmente nos locais de osteotomia (corte do osso), portanto os nervos podem perder temporariamente sua capacidade de condução nervosa deixando a região da face dormente – é o que chamamos de parestesia. Portanto, o contrário da dor, você sentirá dormência na face por algum tempo e a sensibilidade e sensação dolorosa retornam aos poucos. Contudo, uma ótima conduta medicamentosa para dor e inflamação, além de inúmeras recomendações pré e pós operatórias são fornecidas para minimizar qualquer desconforto.
Em média 45 dias a aparência facial estará harmônica. No entanto, somente após 1 ano os tecidos moles estarão assentados nas suas novas posições em definitivo.
Em média 60 dias. Tudo também depende do tipo de cirurgia que será realizada, da quantidade e tipo de movimento cirúrgico e se será ou não necessária associação de enxerto ósseo nos locais de osteotomia (corte ósseo).
É fundamental a consulta nutricional e com fonoaudióloga pré-cirúrgica, porque a mudança alimentar após a cirurgia é considerável e geralmente os pacientes perdem peso durante a fase de alimentação líquida e pastosa. No entanto, após a liberação da mastigação pelo cirurgião, os pacientes ganham o peso perdido rapidamente. O acompanhamento nutricional e fonoaudiológico é muito importante para manter um equilíbrio do pré e pós-operatório.
Caminhadas leves e atividades sem contato físico e sem exposição ao sol, geralmente são liberadas após 30 dias. As atividades mais intensas como esportes de contato físico, levantamento de pesos e de longa duração somente serão liberadas após a consolidação óssea que se dá somente após 6 meses da cirurgia.
Depende. Após a cirurgia em média serão necessários 6 – 12 meses de ortodontia, no entanto há casos que o tempo pode ser inferior ou superior a isto. É importantíssimo a interação entre Ortodontia e Cirurgia afim de otimizar o fator tempo.
Não. É necessária consulta anual, com avaliações clínicas e radiográficas afim de acompanhar a estabilidade e preservação do caso. Estas visitas anuais ao Cirurgião serão realizadas mesmo após a remoção do aparelho ortodôntico.